Farrucos Centro Flamenco e Grupo Farrucos de música Flamenca

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quinta-feira, 11 de dezembro de 2008

CINE PASIÓN NO DIA 12 DE DEZEMBRO COM "AMOR BRUJO"


SOBRE O ESPETÁCULO "CAMINO" - Por Adriana Melo


Gostaria de parabenizar todos os integrantes que fizeram parte do espetáculo de dança "Camino" dirigido por Roberta Campos, professora de Flamenco e Dança Árabe.
O que vi foram danças lindas, coreografias maravilhosas assim como todo o contexto do show que foi apresentado. Começando com a demonstração de imagens e de filmes clássicos como Latcho Drom. Depois, iniciando o primeiro ato, veio um maravilhoso número de Dança Árabe, com Roberta e sua aluna, que a mim causou fascínio pela beleza e delicadeza.
Depois vieram mais e mais danças no estilo árabe. Roberta solou algumas vezes entre as apresentações de suas aprendizes, fazendo um belíssimo ‘Said’ (dança com a Bengala) e um solo de’ Derbak’, com a participação do conceituado músico Ives Soeiro, encerrando o primeiro ato.
Um belíssimo solo do músico Gustavo Menezes deu inicio ao segundo ato, trazendo a força e firmeza do flamenco, o que ocasionou um contraste muito feliz entre a delicadeza da dança árabe. Entre os músicos estavam, Otto Bruno, Ricardo Cathala e Gustavo Menezes músicos que deram show como sempre com suas guitarras. E com eles, Mariana Marin tocando Cajón e cantando com sua voz doce e delicada.
No corpo de baile, Presentación Gonzalez, Laura Pacheco, a própria Roberta Campos e suas pupilas.
Iniciando com a Roberta, depois as pequenas notáveis dançaram - lindas alunas que dançaram como gente grande – em seguida, a Laura Pacheco com sua firmeza de sempre, linda Laura, e Presentación, que me emociona, (ela sabe disso) rs, e arranca sempre "olés" meus e de quem a vê. Com algumas mais apresentações, veio o término do espetáculo, que a mim agradou muito, e acredito que a todos que presenciaram.
Parabéns!
Adriana Melo é envolvida com a dança cigana e aluna de flamenco.
Carta recebida por Farrucos Centro Flamenco.
Envie seu texto e crítica para Farruco-s@hotmail.com

quinta-feira, 13 de novembro de 2008

CINE PASIÓN DIA 14 DE NOVEMBRO COM "BODAS DE SANGRE" DE CARLOS SAURA



Nessa sexta-feira, dia 14 de novembro, acontece a segunda edição do projeto "CINE PASIÓN", uma parceria da Farrucos com o Café & Cognac.

Com o objetivo de difundir a arte flamenca, o projeto conta com um mine-palestra, mesa redonda e exposição de filmes. Nessa segunda edição será "Bodas de Sangre" do espanhol Carlos Saura.

O Cine Pasión acontece no Café & Cognac (Rua Fonte do Boi, Rio Vermelho) e tem início às 20hs.

Valor: R$ 5,00 por pessoa

quinta-feira, 23 de outubro de 2008

SER FLAMENCO - Tomás Borrás - 1906

"Ser flamenco es tener otra carne,
alma, pasiones, otra piel,
otros instintos, deseos,
es tener otra visión del mundo,
con el sentido de lo grande,
el destino en la conciencia,
la música en los nervios,
la fuerza independiente,
la alegría con lágrimas
y el dolor, la vida y el amor que marcan.
Ser flamenco es odiar la rutina y el método que castran;
quiere decir sumergirse en el canto, en el vino y en los besos.
Transformar la vida en un arte sutil,
caprichosa y libre,
sin aceptar las cadenas de la mediocridad,
jugarse todo en una apuesta.
¡Gustarse, darse, sentirse, vivir¡
¡Esto!"

terça-feira, 7 de outubro de 2008

PARA MÁRCIA, NO EMBALO DAS NUVENS, POR CLÁUDIO NOGUEIRA

Márcia Rodrigues tinha olhos de Capitu.
Mas o sorriso meigo escondia a devoradora de tarefas.
Gostava da vida. Como gostava! Do mar, de conhecer terras estranhas, pessoas diferentes.
Sua delicadeza era lousã, mas sua força inquebrantável.
Não costuma ser fácil a relação entre o diretor de um veículo de comunicação e o(a) responsável pela área de publicidade do Governo.
É da natureza dessas relações que hajam atritos.
Com Márcia, esses atritos, que houveram, sempre foram embalados
em delicadeza e muita, mas muita, sinceridade.
Vita, (depois João Paulo) lá, ela ali. Tão diferentes. Tão complementares.
Guardo dela os reflexos riscados da persiana de sua sala na Agecom sobre seu rosto.
Claro/escuro, como eu percebia sua alma.
Guardo dela a esperança e a fé na cura.
Guardo dela a última viagem coincidente no mesmo avião, de São Paulo para Salvador.
Fim de tarde, quase anoitecer. Seus olhos de Capitu na janela, refletindo os raios laranjas de sol nas nuvens.
Nuvens, colchões de seus sonhos, pontos de interrogação em seu futuro.
Que as nuvens te embalem, Marcinha.

Cláudio Nogueira
Diretor da Band Bahia


A "FARRUCOS" se une aos amigos e parentes de MARCIA para lamentar a sua perda. Os aplausos que te foram oferecidos em sua última reunião de amigos, no entanto, expressaram toda a admiração que todos sentimos por você. Obrigada Marcia, pela força que nos deu.....

segunda-feira, 29 de setembro de 2008

CINE PASIÓN - segundas sextas-feiras de cada mês no "Café & Cognac" - Rio Vermelho



O Cine-Pasión

O projeto “Cine-Pasión” é uma proposta para levar ao público em geral e o público específico de amantes e alunos de flamenco, filmes de espetáculos, filmes-cursos, amostras de exposições e romances flamencos.

Criado pela bailaora "Denise Tenorio" no Rio de Janeiro há mais de um ano com este mesmo nome, obteve resultados muito positivos no que tange a dar ao público interessado acesso à arte Flamenca.

Maiores informações sobre o projeto no Rio de Janeiro podem ser obtidas pela comunidade "Cine Pasión", (http://www.orkut.com.br/Main#Community.aspx?cmm=44060169 ).

Como exemplo, a trilogia de Carlos Saura – ‘Carmen’, ‘Amor Brujo’ e ‘Bodas de Sangre’ – seguidas de seus mais recentes filmes – ‘Salomé’, Sevillanas’, ‘Flamenco’. De Sara Baras, contamos com espetáculos consagrados mundialmente como ‘Mariana Pineda’ e ‘Sabores’.

O Cine Pasión conta com três momentos:

Inicialmente, fazemos uma pequena palestra apresentando o flamenco e o filme que será exibido. O segundo momento é o do filme e, por fim, acontece uma mesa redonda com as pessoas presentes para debates, dúvidas, interações.

Foi por meio de propostas como o Cine-Pasión que se tornou possível o crescimento do flamenco em cidades como o Rio de Janeiro e São Paulo (hoje, o terceiro pólo mundial de flamenco ficando atrás tão somente de Tóquio e Madrid).

A Farrucos Centro Flamenco

Essa é justamente a proposta da "Farrucos Centro Flamenco" que pretende trazer ao público o conhecimento da cultura flamenca e investir no desenvolvimento de tal arte em nossa cidade. Com projetos como espetáculos mensais, a Farrucos já trouxe para Salvador, figuras consagradas nacionalmente, guitarristas e cantaores além de duas bailaoras espanholas (Nuria Leiva e Ana Latorre) que estiveram em Salvador no mês de agosto. Foram duois bailaores e um guitarrista de São Paulo, um bailaor e uma cantaora do Rio de Janeiro, duas bailaoras de Córdoba, além de seis músicos e 1 bailaora de Salvador.

Em Setembro, a Farrucos promoveu o encontro em cena de todas as escolas de flamenco de Salvador em um encontro único na história do flamenco em nossa cidade. Estiveram presentes no evento, realizado no último dia 20 no Teatro do IRDEB, 20 dançarinos, cinco guitarristas, dois percussionistas, três cantores, além dos cariocas Thiago Vasquez (guitarra) e Ana Bayer (voz) – artistas nacionalmente conhecidos.

O Cine Pasión acontecerá no Café & Cognac (Rua Fonte do Boi, nr 05 – Rio Vermelho) todas as segundas sextas-feiras de cada mês, tendo início no dia 10 de outubro com o filme “Carmen” de Carlos Saura.

Público alvo:

* Interessados em geral – devido ao notório crescimento do interesse pela cultura flamenca em nossa cidade;

*Alunos de flamenco (iniciantes, intermédios e avançados) – as aulas teóricas de flamenco são parte imprescindível ao estudo dessa arte e ponto de enorme carência em nossa cidade;

*Músicos em geral – a importância da técnica flamenca para o violão (principalmente) é conhecida de todos os estudantes de música.

*Músicos flamencos – que em Salvador somam um total de 12 (em atividade) e um número de interessados e estudantes que não para de crescer;

Ingressos: R$ 5,00 por pessoa

Horário: a partir das 20hs

domingo, 28 de setembro de 2008

ESTUDOS PARA UMA BAILAORA ANDALUZA - João Cabral de Melo Neto

Dir-se-ia, quando aparece
dançando por siguiriyas,
que com a imagem do fogo
inteira se identifica.

Todos os gestos do fogo
que então possui dir-se-ia:
gestos das folhas do fogo,
de seu cabelo, sua língua;
gestos do corpo do fogo,
de sua carne em agonia,
carne de fogo, só nervos,
carne toda em carne viva.

Então, o caráter do fogo
nela também se adivinha:
mesmo gosto dos extremos,
de natureza faminta,
gosto de chegar ao fim
do que dele se aproxima,
gosto de chegar-se ao fim,
de atingir a própria cinza.

Porém a imagem do fogo
é num ponto desmentida:
que o fogo não é capaz
como ela é, nas siguiriyas,
de arrancar-se de si mesmo
numa primeira faísca,
nessa que, quando ela quer,
vem e acende-a fibra a fibra,
que somente ela é capaz
de acender-se estando fria,
de incendiar-se com nada,
de incendiar-se sozinha.

Subida ao dorso da dança
(vai carregada ou a carrega?)
é impossível se dizer
se é a cavaleira ou a égua.

Ela tem na sua dança
toda a energia retesa
e todo o nervo de quando
algum cavalo se encrespa.

Isto é: tanto a tensão
de quem vai montado em sela,
de quem monta um animal
e só a custo o debela,
como a tensão do animal
dominado sob a rédea,
que ressente ser mandado
e obedecendo protesta.

Então, como declarar
se ela é égua ou cavaleira:
há uma tal conformidade
entre o que é animal e é ela,
entre a parte que domina
e a parte que se rebela,
entre o que nela cavalga
e o que é cavalgado nela,
que o melhor será dizer
de ambas, cavaleira e égua,
que são de uma mesma coisa
e que um só nervo as inerva,
e que é impossível traçar
nenhuma linha fronteira
entre ela e a montaria:
ela é a égua e a cavaleira.

Quando está taconeando
a cabeça, atenta, inclina,
como se buscasse ouvir
alguma voz indistinta.

Há nessa atenção curvada
muito de telegrafista,
atento para não perder
a mensagem transmitida.

Mas o que faz duvidar
possa ser telegrafia
aquelas respostas que
suas pernas pronunciam
é que a mensagem de quem
lá do outro lado da linha
ela responde tão séria
nos passa despercebida.

Mas depois já não há dúvida:
é mesmo telegrafia:
mesmo que não se perceba
a mensagem recebida,
se vem de um ponto no fundo
do tablado ou de sua vida,
se a linguagem do diálogo
é em código ou ostensiva,
já não cabe duvidar:
deve ser telegrafia:
basta escutar a dicção
tão morse e tão desflorida,
linear, numa só corda,
em ponto e traço, concisa,
a dicção em preto e branco

Ela não pisa na terra
como quem a propicia
para que lhe seja leve
quando se enterre, num dia.

Ela a trata com a dura
e muscular energia
do camponês que cavando
sabe que a terra amacia.

Do camponês de quem tem
sotaque andaluz caipira
e o tornozelo robusto
que mais se planta que pisa.

Assim, em vez dessa ave
assexuada e mofina,
coisa a que parece sempre
aspirar a bailarina,
esta se quer uma árvore
firme na terra, nativa,
que não quer negar a terra
nem, como ave, fugi-la.

Árvore que estima a terra
de que se sabe família
e por isso trata a terra
com tanta dureza íntima.

Mais: que ao se saber da terra
não só na terra se afinca
pelos troncos dessas pernas
fortes, terrenas, maciças,
mas se orgulha de ser terra
e dela se reafirma,
batendo-a enquanto dança,
para vencer quem duvida.

Sua dança sempre acaba
igual como começa,
tal esses livros de iguais
coberta e contra-coberta:
com a mesma posição
como que talhada em pedra:
um momento está estátua,
desafiante, à espera.

Mas se essas duas estátuas
mesma atitude observam,
aquilo que desafiam
parece coisas diversas.

A primeira das estátuas
que ela é, quando começa,
parece desafiar
alguma presença interna
que no fundo dela própria,
fluindo, informe e sem regra,
por sua vez a desafia
a ver quem é que a modela.

Enquanto a estátua final,
por igual que ela pareça,
que ela é, quando um estilo
já impôs à íntima presa,
parece mais desafio
a quem está na assistência,
como para indagar quem
a mesma façanha tenta.

O livro de sua dança
capas iguais o encerram:
com a figura desafiante
de suas estátuas acesas.

Na sua dança se assiste
como ao processo da espiga:
verde, envolvida de palha;
madura, quase despida.

Parece que sua dança
ao ser dançada, à medida
que avança, a vai despojando
da folhagem que a vestia.

Não só da vegetação
de que ela dança vestida
(saias folhudas e crespas
do que no Brasil é chita)
mas também dessa outra flora
a que seus braços dão vida,
densa floresta de gestos
a que dão vida a agonia.

Na verdade, embora tudo
aquilo que ela leva em cima,
embora, de fato, sempre,
continui nela a vesti-la,
parece que vai perdendo
a opacidade que tinha
e, como a palha que seca,
vai aos poucos entreabrindo-a.

Ou então é que essa folhagem
vai ficando impercebida:
porque terminada a dança
embora a roupa persista,
a imagem que a memória
conservará em sua vista
é a espiga, nua e espigada,
rompente e esbelta, em espiga.

A chama viva do flamenco - Rainer Maria Rilke

DANÇARINA ESPANHOLA

Como um fósforo a arder antes que cresça a flama,
distendendo em raios brancos
suas línguas de luz, assim começa
e se alastra ao redor, ágil e ardente,
a dança em arco aos trêmulos arrancos.

E logo ela é só flama, inteiramente.

Com um olhar põe fogo nos cabelos
e com arte sutil dos tornozelos
incendeia também os seus vestidos
de onde, serpentes doidas, a rompê-los,
saltam os braços nus com estalidos.

Então como se fosse um feixe aceso,
colhe o fogo num gesto de desprezo,
atira-o bruscamente no tablado
e o contempla. Ei-lo ao rés do chão, irado,
a sustentar ainda a chama viva.
Mas ela, do alto, num leve sorriso
de saudação, erguendo a fronte altiva,
pisa-o com seu pequeno pé preciso.

Enviado por Daniele e repassado por Roberta Campos em 28/09/2008

Um olhar atento da platéia - Por Cristiana Lopes

Se ARTE tem alguma origem do latim e parece indicar uma certa HABILIDADE, a dança flamenca representa essa habilidade com os pés e com as mãos de maneira fantástica. O som da guitarra, do cajón e do cante flamenco parecem te deixar em suspenso e pronto a aplaudir logo depois dos primeiros segundos que o primeiro acorde se põe no ar.
Se a arte em si se presta a um estímulo das emoções, a dança flamenca parece atingir bem esse objetivo, tornando-se impossível, de certa forma, não se envolver, se não com o corpo em movimento, ao menos com o ouvido e os olhos bem atentos. Apaixonante, tanto quanto o são todas as manifestações culturais ou folclóricas.
Parece que isso é o que o “ESPETÁCULO FARRUCOS” representa: um misto de expressão cultural, persistência, já que não é fácil manter viva uma chama, e paixão pela arte flamenca, que para os politicamente incorretos, poderia ser adjetivada de invejável. A desenvoltura com que as bailaoras expressam essa paixão no palco, eis que parecem dançar na sala de casa, representa o quanto dessa paixão as envolvem. É interessante como há uma certa cumplicidade quando se põem a dançar juntas, como se todas com os mesmos objetivos, como se todas com as mesmas raízes, como se todas com a mesma alegria. E sim, a platéia fica na expectativa de ao findar um baile, ouvir um grito de “olé” como se pronta a subir ao palco para se juntar a grande festa flamenca ou a “Juerga”, se preferirem.
Há uma certa informalidade, é bem verdade, mas parece que a própria informalidade faz parte do show deixando-o mais convidativo. Ainda não arriscaria um balanço nos braços e nem um barulho nos sapatos em público (é a única coisa que eu consigo fazer no momento), mas se o ESPETÁCULO FARRUCOS tem o objetivo de tornar nítida essa paixão pela arte flamenca, confesso, já me rendi ao primeiro passo.
Recebido pela Farrucos Centro Flamenco no dia 28/09/2008.
Obrigada de coração....isso é muito importante para todos nós...

terça-feira, 23 de setembro de 2008

VIERNES DE JUERGA NO LARGO DE SANTANA NO RIO VERMELHO


A Farrucos Centro Flamenco está promovendo o encontro de todos os Flamencos de Salvador. A proposta é um encontro semanal no Largo de Santana no Rio Vermelho, local de nascimento artísticos tradicional da cidade.

Pretendemos trocar idéias, projetos, conhecimentos, tirar dúvidas e principalmente tocar, cantar, palmear, bailar e se divertir muito.

O encontro conta com a presença de músicos flamencos, cantaoras e bailaoras e é aberto a todos aqueles que fazem parte ou admiram o flamenco. Leve sua guitarra e suas letras, seu cajón ou simplesmente vá palmear ou aplaudir.

Passe por lá e confira...onde tiver muita música e barulho...é onde estamos.
CENTRO FLAMENCO FARRUCOS FAZ APRESENTAÇÃO NO TEATRO IRDEB, SÁBADO - POR MARCIA RODRIGUES (Publicada no Bahia Já em 19/09/08)

O Centro Flamenco Farrucos apresenta neste sábado (20), às 20h, no Teatro do Irdeb, o espetáculo "Farrucos e Convidados". O evento reunirá os bailaores (dançarinos) dos principais grupos de flamenco da Bahia: Flamencantes, Maresmeralda, Companhia Flamenca Szely de Núñez, Centro de Flamenco da Bahia e Farrucos, além das bailarinas Roberta Campos e Laura Pacheco.

O espetáculo contará ainda com as participações dos músicos cariocas Ana Bayer e Thiago Vasquez. O ingresso custa R$ 30 (inteira) e o teatro oferece estacionamento privativo. A direção é da bailarina Presentación Gonzalez, que destaca o vigor e a grande expressão cultural da dança flamenca.

O Grupo Farrucos procura o estudo e a divulgação da arte flamenca, um dos principais ícones da cultura espanhola. Além dos espetáculos, o grupo oferece cursos de técnicas de canto flamenco e de guitarra flamenca.

Presentación lembra que o flamenco remota às culturas moura e judia e que, inicialmente era apenas um movimento musical. "Aos poucos, a música passou a ser acompanhada de guitarra, palmas, sapateado e dança", explica, lembrando que em meados do século passado essa manifestação popular ganhou novos acompanhamentos, a exemplo do cájon e de instrumentos como flauta, saxofone e violino.

Disponivel em http://www.bahiaja.com.br/noticia.php?idNoticia=10679


domingo, 17 de agosto de 2008

Solos de flamenco, danças de improviso, desafios e brincadeiras - por Eduarda Uzêda (Matéria publicada no A Tarde em 14/08/08)



O espetáculo Farrucos, que tem o propósito de mostrar a beleza e o vigor da dança flamenca, será apresentado no Teatro Molière, sábado e domingo, às 20 horas. A direção é de Presentación Gonzalez, que tem 32 anos dedicados ao flamenco.
No palco, solos e apresentações conjuntas que incluem brincadeiras e desafios, com a participação de seis dançarinas, cinco guitarristas e uma percussionista, além da cantora Ana Bayer.
“O flamenco é uma dança marcante, uma dança de grandes sentimentos, de grande expressão cultural, que trata da história de um povo“, destaca Presentación Gonzalez.
Alma flamenca - Presentacíon explica que a palavra farruq significa valente, em árabe, acrescentando que é um palo de origem galega que tem como características doçura, cadência e melancolia, assim como a força e a sobriedade.
Os dançarinos que se apresentam no espetáculo são Núria Leiva, Ana Latorre, Débora Nefussi, Fábio Rodrigues, Rodrigo Garcia e Presentación Gonzales. O guitarrista Yuri Cayres é outro destaque.
Ele morou durante 10 anos em Madrid, tempo em que acompanhou o Talegón de Córdoba, tendo se apresentado com Domingo Ortega, Imaculada Ortega, Pol Vaqueiro e Carmen La Talegona, dentre outros nomes.
Projetos - Outros guitarristas que estão no espetáculo são Otto Bruno, Gustavo Menezes, Daniel Veloso e Lucas Dourado, além da percussionista Mariana Martins. Ainda segundo a diretora do espetáculo, a montagem conta com cantos grandes. “que são mais tristes, mais dolorosos“, e cantos pequenos, que são “mais alegres e felizes“.
A cantora Ana Bayer iniciou seus estudos flamencos no ano de 2004 e participou de vários espetáculos junto a grandes grupos do Brasil. A cantora também participou do show do guitarrista flamenco Fernando de la Rua, no Rio de Janeiro.
O projeto Farrucos ainda contempla dois cursos: técnicas de canto flamenco, que será ministrado por Ana Bayer e Diego Zarcón, e técnicas de guitarra flamenca, único em toda região Nordeste do Brasil. Este curso será ministrado e mantido por Yuri Cayres, guitarrista que esteve por 10 anos na Espanha e reside atualmente em São Paulo.
Originalmente, o flamenco consistia apenas de canto, sem acompanhamento. Depois, começou a ser acompanhado por guitarra, palmas, sapateado e dança. Atualmente, outros instrumentos, como o cájon (caixa de madeira usada como percussão) e as castanholas foram introduzidos na dança, que tem admiradores em todo o mundo.
Serviço
Farrucos Sáb e dom, 20h Teatro Molière (3336-7599) Av. Sete de Setembro, 401, Ld. da Barra R$ 30 e R$ 15.

sexta-feira, 8 de agosto de 2008

Flamenco por Moura – Teatro Gamboa Nova, dia 08/08/2008 por Presentación Gonzalez



Fui assistir ao espetáculo de Daniel e aconselho a você que lê: também o faça se ainda der tempo. Caso contrário, se já houver terminado essa temporada, aguarde a próxima porque vale a pena.
O Espetáculo é daqueles em que tudo se encaixa. A começar pelo título. Realmente, tudo é uma visão de Daniel sobre o flamenco...e que bela visão ele tem.
Vou começar pela escolha do teatro. Coincidência ou não, o fato é que ao entrar no local não se consegue saber onde termina o cenário e onde começa a platéia. Até porque nesse espetáculo um não termina e o outro não começa. Ao esperar na fila para entrar podíamos ouvir o som daquilo que julgávamos ser o “ensaio”. Quando entramos, porém a sensação que tive é que estava atrasada para algo que já havia começado. Todo o grupo estava em palco e não encenavam...realmente estavam ali, conversando, brincando, ensaiando, tirando dúvidas. Era o ambiente deles, o momento deles e somente ao último sinal prestaram atenção em nós.
E, então, fomos convidados para “brincar” com eles...
Tudo transpira liberdade no show: o teatro, a troca de olhares entre eles, a sedução à platéia (aliás, penso que ao menos meio teatro deve ter se rendido aos olhares, beijos e piscadelas de Daniel). Não há uma formalidade rígida de grupo. De padrão, apenas o vermelho e o preto porque todo resto é dirigido de forma livre. Cada penteado ao seu gosto, cada roupa ao estilo de cada bailaora. Nada de troca de figurino - isso era o que menos importava ali - nada de cenário, nada de alta produção...apenas a arte de cada um – duas guitarras, uma voz e 5 bailaores.

Daniel acertou em cheio! Um grande flamencólogo de Madrid afirma que o excesso de glamour no flamenco o está matando. Flamenco é arte de povo, arte de rua, arte que brota e é parida em um único instante e todo além é fútil, supérfluo. Ali, apenas “sentir” importava e todo o mais – inclusive nós, platéia – rendeu-se a isso.


A liberdade está também no repertório. Sim, Daniel passou pela sevillana, fandangos, bulerias, tarantos e nos presenteou, também, com expressões totalmente contemporâneas. De fato, um flamenco por Moura, contemporâneo, flamenco, ator.
Aplausos de pé para a linda Maria Chacón. Conversei com ela no final do espetáculo. Além do flamenco ela canta uma música de “Ojos de Brujo” e ainda brinda o público com uma Nana e com a música “Anda Jaleo”, ambas compilações de canções e letras espanholas feitas por Manuel de Falla e Garcia Lorca. Ainda que apenas fosse para ouvir Maria cantando, o espetáculo já valeria a pena.
Linda a cena final do espetáculo. Fica na memória de quem sai do teatro. Mas sobre ela, não da pra contar. Melhor conferir ao vivo.
Parabéns meu querido Daniel, parabéns ao grupo Flamencantes e obrigada pela maravilhosa noite!

sábado, 2 de agosto de 2008

FESTA DE SANTIAGO APÓSTOL – CLUBE RIO TEA (27/07/08) por Presentación Gonzalez

Lembro que durante a minha infância, todos os anos fazíamos uma verdadeira excursão anual. Morávamos no Rio Vermelho e sair de lá naquela época para ir para o TEA era quase uma viagem.

Quando meus pais anunciavam “vamos ao Tea...” era quase o anúncio de um castigo...Na ansiedade de nossa infância a viagem de carro era interminável, a luta para encontrar um lugar para estacionar, um martírio...mas o parque do Tea acabava sempre valendo a pena....Muito mais coisas entravam nos “pequenos” que brincavam no parque além da areia nos sapatos...e nós nem nos apercebíamos disso..

E, creio, não fazia essa viagem desde meus 10 ou 12 anos. E a festa, como sempre, foi linda e o churrasco estava ótimo e as sardinhas com sabor de infância.

O show começou com a apresentação de “Os Celtas”, um grupo de gaitas composto em sua maioria por imigrantes espanhóis. Me peguei em uma situação “diferente”. Agarrei meus dois filhos (ela com 6 e ele com 5 anos), me sentei no chão em frente ao palco e me surpreendi com a minha ansiedade para que eles ouvissem e amassem aquilo. É...sou uma autêntica galleguiña.

Dois pontos altos da apresentação deles para mim:



  • A primeira quando eles tocaram a mesma música que meu pai cantava desde que me entendo nesse mundo. Os mais velhos ajudaram no coro e eu, quase às lágrimas, lembrando meu pai, cantando no ouvido de meus filhos: “adiós com el corazón, que com el alma no puedo...tu serás el bien de mi vida, tu serás el bien de mi alma, tu serás el pájaro pinto que alegre canta por la mañana.”



  • A segunda foi vê-los no palco. O orgulho, a paixão deles.

Nesse momento eu pensei....como somos burros...Definitivamente, eles são um mar de conhecimento, um mar de informações sobre toda a história da emigração gallega e que estamos perdendo ou, pior, estamos deixando perder. A luta daqueles gaiteiros (destaque para o Sr. Penedo...pessoa que comecei a amar em Seabra quando o descobri de uma sabedoria sem fim...) para preservar a cultura e a tradição deles é admirável.

Isso irá se perder, infelizmente. O que virá por aí...será mera sombra, disforme, do conhecimento desses homens. Lindo quando eles tocaram “Asa Branca” na gaita, emocionou o público, animou os jovens...normal...mas a sabedoria deles está muito além das gaitas, por trás delas...essa música não devemos deixar de ouvir ou devemos permitir que nossos filhos e nossos netos possam também ouvir.

Em seguida, chegaram as “meninas” do grupo Bailaores, dirigidas por Margareth Lusquiños, lindas! Parabéns meninas...parabéns Margareth pelo seu trabalho lindo, pela paixão com que você trabalha...

Para quem não foi: ainda que seja uma viagem sair de Salvador para Lauro de Freitas, eu garanto...vale a pena...a viagem é bem maior que a estrada.

Para os filhos dos imigrantes, é um retorno à infância, um retorno às festas de nossos pais e seus amigos reunidos, com as mesmas canções. Para os imigrantes, é um retorno a casa, com a capela de Santiago Apóstol, com o canastro lembrando a “aldeia”; para as pessoas daqui, é uma viagem cultural, um encontro com um outro mundo, uma outra forma de amar tão arrebatadora como todas as formas de amar....

Até o próximo ano...

sábado, 26 de julho de 2008

CURSOS EM SALVADOR


Dias 13, 14 e 15 de agosto:

£ EXPRESSÕES DO FLAMENCO NA DANÇA CONTEMPORÂNEA
Com Nuria Leiva – Investimento: R$150,00

£ CURSO DE FLAMENCO – INICIANTE 2/INTER

Com Nuria Leiva – Investimento: R$150,00

£ CURSO DE FLAMENCO – INTER/AVANÇADO
Com Nuria Leiva – Investimento: R$150,00



Onde: Na Escola Contemporânea de Ballet - Graça



Dias: 15, 16 e 17:


£ CURSO DE CANTE FLAMENCO

Com Ana Bayer – Investimento: R$130,00


Onde: Sala de Conferencias da Aliança Francesa - Ladeira da Barra


Condições Especiais:


A) Desconto de 50% para professores com 5 (cinco) alunos inscritos e 100% para 10 (dez) alunos inscritos. Enviar lista de alunos inscritos até o dia 10 de agosto.

B) Dois cursos: 10% de desconto

C) Aulas avulsas: R$ 60,00 (uma aula); R$ 50,00 (acima de duas aulas).

D) Para assistir à aula participando de outro curso: R$ 15,00; para assistir à aula sem participar de outro curso: R$ 20,00. (vagas limitadas!!!)




Realização: Farrucos Centro Flamenco

Apoio Cultural: Escola Contemporânea de Ballet

Dona Danza - Sapatos Flamencos

Inscrições: 71-87911232 / 32642532

Espetáculo Farrucos

O Espetáculo “Farrucos” acontecerá nos dias 16 e 17 de agosto de 2008 às 20h no Teatro Moliére (Aliança Francesa). O objetivo é o lançamento da marca “Farrucos Centro Flamenco” que pretende fomentar a pesquisa e a divulgação da cultura espanhola, especificamente do flamenco na cidade de Salvador.
Ingressos: R$ 30,00 e R$15,00 (meia)
Informações: 71 - 87911232
71 - 32642532