Farrucos Centro Flamenco e Grupo Farrucos de música Flamenca

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domingo, 28 de setembro de 2008

A chama viva do flamenco - Rainer Maria Rilke

DANÇARINA ESPANHOLA

Como um fósforo a arder antes que cresça a flama,
distendendo em raios brancos
suas línguas de luz, assim começa
e se alastra ao redor, ágil e ardente,
a dança em arco aos trêmulos arrancos.

E logo ela é só flama, inteiramente.

Com um olhar põe fogo nos cabelos
e com arte sutil dos tornozelos
incendeia também os seus vestidos
de onde, serpentes doidas, a rompê-los,
saltam os braços nus com estalidos.

Então como se fosse um feixe aceso,
colhe o fogo num gesto de desprezo,
atira-o bruscamente no tablado
e o contempla. Ei-lo ao rés do chão, irado,
a sustentar ainda a chama viva.
Mas ela, do alto, num leve sorriso
de saudação, erguendo a fronte altiva,
pisa-o com seu pequeno pé preciso.

Enviado por Daniele e repassado por Roberta Campos em 28/09/2008

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